COP 30 no Brasil: A Amazônia no centro das decisões climáticas globais

COP 30 no Brasil

COP é a abreviação para Conferência das Partes, um evento anual que reúne os países de todo o mundo para discutirem sobre as mudanças climáticas, sendo um espaço para diálogos de soluções, estratégias e metas de redução de impactos à natureza.

Em 2025, Belém, no coração da Amazônia, será o palco da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima. Este artigo explora a importância do Brasil sediar esse evento, os desafios envolvidos e os impactos esperados para o país.

Brasil como sede da COP 30 e as mudanças climáticas

O Brasil tem um histórico significativo em liderança ambiental, tendo sediado a Eco-92, um evento importantíssimo que resultou em importantes acordos internacionais. Eco-92 foi um marco histórico no comprometimento das nações que demonstraram preocupação com questões ambientais e crescimento sustentável, sendo assinados diversos acordos como a Declaração de Princípios sobre as florestas, um manual de como proteger as áreas verdes dos desmatamentos e Agenda 21, documento de conciliação entre preservação ambiental, justiça social e desenvolvimento econômico.

A 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima é mais uma oportunidade para o país reforçar seu papel como líder em questões climáticas globais. O evento acontecerá em Belém, Pará, prevista para ocorrer no período de 10 a 21 de novembro de 2025.

Este evento trará visibilidade global e benefícios significativos para o país, em âmbito ambiental, social, político e econômico. Ao centro da maior floresta equatorial do mundo, a Floresta Amazônica, a COP 30 gera expectativas em novos acordos de preservação ambiental e abordagem de pautas como sustentabilidade e redução de emissões de GEE (gases do efeito estufa).

Discutir a Amazônia dentro do próprio território traz uma relevância única ao evento, como destacou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em uma entrevista na Cúpula da Amazônia. “Vamos discutir a importância da Amazônia dentro da Amazônia. Nós vamos discutir a questão indígenas, vendo os indígenas. Nós vamos discutir a questão dos povos ribeirinhos, vendo os povos ribeirinhos e vendo como eles vivem”.

Além do impacto ambiental, de acordo com a Fundação Getúlio Vargas (FGV), um fluxo de mais de 40 mil visitantes é esperado durante os principais dias da conferência. Destes, cerca de 7 mil compõem a denominada “família COP” (ONU e delegações de países membros). Esta demanda exigirá que Belém aumente sua capacidade hoteleira de 18 mil para até 50 mil leitos. Receber visitantes de tamanho peso é significativo e o impacto econômico será sentido em vários setores, desde hotelaria até serviços, aumentando a geração de empregos neste período e o desenvolvimento de pequenos negócios.

Principais temas em pauta

Entre os tópicos de destaque para mitigar os impactos ambientais, estão o combate ao garimpo ilegal, ações para erradicar atividades que degradam o meio ambiente e ameaçam comunidades locais, a redução do desmatamento, redução das emissões de gases de efeito estufa (GEE) provenientes de combustíveis fósseis e matrizes elétricas e a preservação das florestas.

Essas pautas destacam o papel do Brasil como protagonista nas questões ambientais globais, valorizando sua biodiversidade e reafirmando compromissos com a preservação e redução das emissões de GEE. Além de ser uma oportunidade única para garantir a participação ativa e a visibilidade dos povos indígenas e ribeirinhos nas discussões sobre a preservação da Amazônia. Esses grupos têm um papel central na conservação do bioma, com suas práticas tradicionais de manejo sustentável das florestas e dos rios.

Sediar esse grande evento torna o Brasil centro das atenções do mundo quando o assunto é clima e condições ambientais. É uma chance incrível de mostrar a importância da Amazônia globalmente e de abrir portas para cuidar melhor do meio ambiente, criar oportunidades econômicas e promover mais justiça social ao nosso país.

Apesar dos desafios, esse evento pode ser um grande passo para que o país se firme como um exemplo na luta contra as mudanças climáticas e na construção de um futuro mais sustentável e justo para todos.


Referências: