Carnaval e sustentabilidade: como reduzir o impacto ambiental e promover uma folia consciente?

Carnaval e sustentabilidade: como reduzir o impacto ambiental e promover uma folia consciente?

O Carnaval é uma das maiores festividades do Brasil, reunindo milhares de pessoas em diferentes regiões para celebrar com alegria e intensidade. No entanto, nessa euforia, práticas simples que auxiliam o meio ambiente são esquecidas. Mas, afinal, como o Carnaval impacta o meio ambiente? E como pode ser mais sustentável? Neste artigo, vamos explorar essas questões e sugerir soluções para uma folia mais consciente!

De resíduos a emissão de carbono: os efeitos da folia sobre o ecossistema

Anualmente após o Carnaval, diversas matérias de jornais e revistas mostram o impacto negativo ao meio ambiente causado pela festividade, seja por meio do aumento da geração de resíduos, a quantidade de resíduos descartada indevidamente ou até o desequilíbrio do ecossistema marinho causado pelo despejo de confetes e purpurina nas águas.

Segundo o Ministério do Meio Ambiente e Mudança de Clima, em um artigo para o gov.br, a geração de resíduos aumenta bastante durante o carnaval, que são ocasionalmente despejados no chão das ruas e, consequentemente, entopem os bueiros, fazendo com que a incidência de enchentes se torne maior após a folia, impactando diretamente a vida da população.

Além disso, nesse período, a movimentação de pessoas é crescente, principalmente nas cidades do Rio de Janeiro e São Paulo, onde meios de transporte próprios são utilizados em larga escala, aumentando a emissão de gases do efeito estufa pela queima de combustíveis fósseis.

Outro ponto de grande impacto é a utilização de purpurina, que, devido ao seu tamanho, é classificada como um microplástico e tem seu processo de decomposição retardado pela presença de diversos materiais químicos. Durante o Carnaval, o destino final destas pequenas partículas de plástico coloridas são bueiros, ralos e pias e, consequentemente, riachos e mares, contaminando assim o ambiente. Em alguns casos, são ingeridas por peixes e terminando na cadeia alimentar humana.

Confetes também podem gerar problemas ao serem descartados de forma incorreta, pois demoram a se decompor e facilmente entopem ralos e bueiros, principalmente quando chove.

Caminhos para um carnaval sustentável: iniciativas para uma festa consciente

Diante destas questões, é nítida a necessidade de aplicar iniciativas de diminuição do impacto ambiental gerado pelo Carnaval. Há diversas abordagens sustentáveis que podem ser usadas durante o evento como a priorização de ações de reuso, compostagem, utilização de fantasias compostas por materiais recicláveis ou biodegradáveis, purpurina e confetes feitos de matéria orgânica, uso de transporte público ou bicicletas, escolha de blocos, trios e camarotes que possuam abordagens de conscientização ambiental e a coleta seletiva.

Outra ação fundamental para o equilíbrio do meio ambiente é a neutralização e a redução das emissões de gases do efeito estufa (GEE) geradas principalmente pela utilização de carros e geradores de energia nesse período.

O Carvalheira na Ladeira, um Festival de Carnaval que ocorre em Olinda, Pernambuco e aborda práticas de Lixo Zero durante as comemorações que visam reduzir a quantidade de lixo gerado e evitar que ele seja incinerado ou aterrado através da priorização de ações como redução, reuso de materiais, compostagem e reciclagem.

Blocos como o Sargento Pimenta, no Rio de Janeiro, já adotam medidas sustentáveis, como a coleta seletiva de resíduos e o fornecimento de sacolas ecológicas para os participantes.

Em São Paulo, a Prefeitura tem implementado o programa “Carnaval Sustentável”, incentivando blocos a reduzirem o uso de plásticos, oferecendo opções de transporte público e utilizando copos reutilizáveis.

Compensação de carbono e ações sustentáveis: como tornar o carnaval carbono neutro

A Prefeitura de Belo Horizonte anunciou em 2024 que este ano realizará um “Carnaval Baixo Carbono”, com a implementação de iniciativas para minimizar o impacto ambiental de GEE no evento, além de elaborarem um inventário de emissões de carbono. Esse documento é gerado com auxílio de uma consultoria ambiental e serve como base para o desenvolvimento de estratégias de mitigação e compensação das emissões neste Carnaval.

A redução de emissões de gases do efeito estufa também pode ser realizada através do uso de calculadoras de carbono, que possuem como objetivo calcular a quantidade de GEE emitida e compensá-la a partir da compra de créditos de carbono em ações de recuperação ou preservação ambiental.

Portanto, existem diversas maneiras de aproveitar a folia sem prejudicar o planeta, por meio da conscientização da população e do apoio do governo na implementação de práticas voltadas à sustentabilidade e preservação ambiental, tornando assim uma festa consciente.


Referências: